Há pessoal que se afasta. Há gente que foge. Há indivíduos que se escondem. Há pessoas como eu, incapazes de admitir que se afastou. É complicado apreendermos isso. Não digo que seja a cena mais fodida do mundo e da vida, mas sei que é capaz de ser a cena mais alucinante. Admitir o erro não é fácil, emendá-lo então é quase impossível. Mas também é uma beca positivo. Vamos aprendendo com isso. E com o tempo, somos capazes de aceitar que errámos. A função mais difícil entre nós, é conseguir sermos nós. Somos donas do que já passámos e narradoras do que já foi vivido por nós. Talvez uma cumplicidade como a nossa não seja tão forte e tão imponente como pensamos que seja. Talvez seja mais que isso, ou talvez seja menos. Não sei do que se trata, mas sei o que se passa. É fácil dizermos do que somos capazes, difícil é prová-lo. Somos a consequência do que não fizemos juntas. Somos a ausência de uma de nós. Somos a palavra nunca dita e a verdade nunca descoberta. Posso amar-te, apesar de já não haver aquela cena.
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