01/12/2011
write me a love song.
Há dias que demoram anos a passar, como há anos que demoram um dia a passar. Eras uma grande mulher. Pequenina, mas grande. Eu sei que já te disse tudo o que tinha para dizer, ou talvez não. Porque eu nunca te disse estas coisas pessoalmente. Tu sabes como eu sou tímida para dizer este tipo de coisas. Mas escrever é fácil, dizer custa mais. Por isso eu não te dizia nada, e peço desculpa por ter deixado tanto para dizer, tanto por fazer e tanto para aprender contigo. Não tens culpa. Se calhar fui eu que não me integrei completamente em ti. Não lutei por isso, pois pensava que ia estar no teu coração para sempre. Mas há um dia em que ele deixa de bater, e já não será para sempre. Ele parou. Não por uns segundos, não por um dia, para sempre. Estás aí, mas eu sinto-te aqui (não sou a única). Nunca soubeste o que me custava ir os fins-de-semana ver-te ao lar e tu mal e esquecida. Com um apagão na memória, maior do que aqueles que por vezes há nas cidades. Com um peso na consciência ao tentares entender onde estavas e quem éramos nós. Era difícil, mas ao menos estavas ali. Para ti, para o avô e para nós. Sempre para nós todos. A tua idade não dava para mais e é compreensível. Devias de ter tantas lições de vida, tantas morais para contares. Tinhas uma velha idade, mas uma idade nova. Partiste. Fugiste. Mas nunca deixaste. Obrigada por tudo o que nos deste
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário